15 de mar. de 2018

MARIELLE FRANCO





Afinal que intervenção é essa, onde o Luto não respeita a Luta.

Será novamente uma questão de gênero, com risco de ser desmoralizada como o foram as UPPs?

Ficará novamente claro que o único objetivo é a manutenção da excludência do chamado "modo de vida carioca", baseado principalmente na corrupção, na bandidagem e numa desigualdade cada vez mais crescente - tanto causa como consequência de um sistema totalmente desumano?

É incrível que o patamar de execução de pessoas em escala elevada para qualquer padrão mundial, mesmo em países assolados por guerras e revoluções, estejamos agora assistindo a eliminação das poucas vozes que restam na defesa dessas classes menos privilegiadas.


A Intervenção sim agora está em cheque, e cabe aos seus condutores apresentarem fatos, o que será muito difícil, que superem essa tragédia.

Sua superação é urgente, antes que se transforme na marca indelével dessa iniciativa. Isso, com certeza deveria ser a principal preocupação do QG de mais essa tentativa de acabar com a violência no Rio de Janeiro.