24 de jan. de 2013

PERDEMOS ZÓZIMO BULBUL

Menos um no Navio!

É com grande tristeza e medo que comunicamos o falecimento de Zózimo Bulbul. 

Tristeza pela perda de nosso grande Amigo e Irmão, parceiro de tantas lutas ainda inacabadas que não teremos mais ao nosso lado nessa existência: comandando, apoiando e contribuindo de todas as formas para nossos avanços. 

Medo porque cada vez mais constatamos o contínuo esvaziamento do Grande Navio de Amotinados. Já somos tão poucos que mesmo  todos se desdobrando em várias atividades, a falta de renovação e, porque também não dizer de união, já compromete nosso futuro.

Foi o Zózimo que estava no comando do Navio quando aportamos no MAM, em 1978, para as comemorações dos "Noventa Anos da Abolição" depois de atravessarmos, mais uma vez, com grandes dificuldades mas libertos, o grande mar tenebroso, tendo que enfrentar o escritor José Candido de Carvalho, entao presidente da Funarte em grandes batalhas até conseguirmos a liberação da verba para o a realização do Evento. Foi junto com ele que superamos a burocracia da Caixa Econômica Federal para descontar  o cheque emitido pelo governo federal. Ele também esteve lá quando, depois de tudo isto, Heloisa, a diretora do MAM de então, nos negou o espaço comprometido a mais de três meses, mas vencemos juntos também essa exigindo as áreas externas do Museu. O Evento foi um grande sucesso, apesar da mobilização maciça da repressão da ditadura que parece ter resolvido destacar para lá todos os seus aparelhos.

Que mais poderíamos falar de Zózimo Bulbul neste momento! Talvez fosse melhor ilustrar com a foto do dia 07 de dezembro de 2010, quando apesar das grandes dificuldades financeiras com que vinha lutando à frente do Centro Afrocarioca de Cinema - aqui mais uma de suas grandes virtudes, a generosidade - resolveu por ajudar financeiramente o movimento para Recuperação do IPCN.


16 de jan. de 2013

COMUNICADO IPCN 01/2013




Em busca da auto determinação perdida.
Três anos após o início da campanha para recuperação do IPCN a análise é bastante positiva. Com a reabertura da Sede e a volta das atividades e eventos, num curto espaço de tempo o objetivo principal foi alcançado, mas isto não significa que não existam mais problemas a serem enfrentados: - “Não basta melhorar a senzala, precisamos transformar as condições impostas à nossa imensa maioria, por seguidos sistemas políticos, sociais e econômicos desde o Brasil colônia”, passando pelo império e pelas mais diversas repúblicas.
No IPCN, fundado em 1975, para dar seguimento a essa luta que perdura por séculos e afundado na década de noventa, a palavra de ordem agora é REFUNDAÇÃO. Após o conceito de “governança” do neoliberalismo, onde as tensões sociais se formam e se anulam nos diversos elos ou nós da rede ou teia social, deixando livre o Poder nos primeiros escalões (político, econômico, jurídico, ideológico ou cultural), para operarem o fluxo produção e distribuição (assimétrica) de riquezas nos quadros da atual mundialização, o modelo associativo implantado originalmente não tem se demonstrado efciente para enfrentar os problemas atuais.
No Brasil da estabilidade econômica, os movimentos sociais como as organizações do tipo ONGs e congêneres, têm tido sua ação política condicionada ao financiamento de projetos, obviamente do interesse do sistema, uma espécie de cooptação estrutural que cumpre ser superada em função mesmo da estabilidade do próprio sistema, como mostraram os fatos relacionados ao chamado mensalão. As organizações sociais que aglutinam interesses de grandes parcelas do povo são guardiãs de fato da democracia, não podendo ser atreladas a governos. Cumpre divisar para elas formas de financiamento de seu custeio, que possam ir além dos projetos “vazios” e do pagamento de mensalidades pelo quadro de associados, tendo em vista que de algum tempo para cá, houve desestímulo à vida associativa, questão ainda não enfrentada pelo atual poder institucionalizado a partir do voto.
A própria recuperação da Sede, sem qualquer apoio externo, foi concretizada com doações voluntárias de parte do grupo comprometido com a sua realização, que abriram mão de lazer pessoal, de ganhos de investimento, aquisição de bens materiais etc somadas as doações de simpatizantes de fora do movimento com o mesmo entendimento, num total de 12 pessoas, reconhecidas por mérito no ano do 37º aniversário do IPCN, como Super Guardiões (07 com valores superiores a 37 anuidades, 02 Grandes Guardiões (27) e 03 Guardiões (17).
Para esta fase de REFUNDAÇÃO, a diretoria eleita para o triênio 2011/2014, em reunião especificamente convocada para tanto, deliberou pela formação de um conselho especial de sustentação política e econômica, para assessoramento da diretoria em suas iniciativas e cobertura de vacâncias, composto pelos 12 Guardiões e pelos 09 diretores, que se mantiveram no exercício da função, se comprometendo com o depósito mensal de R$ 50,00 para manutenção da Sede durante todo o ano de 2013, com a previsão de sua ampliação para todos que assim o desejarem assumindo voluntariamente aos mesmos compromissos, podendo utilizar valores, quando assim o desejar, para ascender às diversas categorias de Guardiões.
Assim, pretendemos não só garantir a manutenção da Sede, tão arduamente recuperada, como também ampliar nossos quadros políticos, escassos até para o funcionamento de uma simples diretoria, fato que, no passado, já nos levou a extinção seguida de várias delas, assim como a afundação total do IPCN, na década de noventa.

Extrato de dezembro



INSTITUTO DE PESQUISA DAS CULTURAS NEGRAS
IPCN EXTRATO DE CONTA CORRENTE
Agência
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Conta corrente
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 INSTITUTO DE PESQUISA DAS CULTURAS NEGRAS
Período
01/12/2012  -  31/12/2012    -    CNPJ 042.598.227/0001-20


03/12/2012
DENISE BARBOSA
180,00 C
345,00 C
04/12/2012

10,00C

06/12/2012
ALESSANDRA
30,00C
385,00C
10/12/2012

36,00 D
349,00 C
31/12/2012


349,00 C